segunda-feira, 2 de maio de 2016

Audax e Santos finalizam, aproveitam erros primários e ficam iguais; análise

Um empate justo, de dois estilos diferentes, deixou aberta a decisão do Campeonato Paulista entre Audax e Santos. O 1 a 1 deste domingo, em Osasco, poderia ter sido 2 a 2, 4 a 4, tamanha a quantidade de chances criadas pelo Peixe (no primeiro tempo) e pelo time da casa (no segundo). Com 35 finalizações e 15 chances reais de gol, os dois times corresponderam às expectativas e não abandonaram suas convicções.
A começar pelo Audax, sensação do Paulistão, que foi neutralizado no primeiro tempo graças à marcação inteligente do Santos – o técnico Dorival Júnior certamente estudou as atuações do time de Osasco contra São Paulo e Corinthians. 
Fernando Diniz respondeu com uma alteração ousada no segundo tempo e viu seu time abrir o placar. Depois, porém, um erro individual de Tchê Tchê e o erro coletivo da marcação frouxa no meio-campo deram origem ao golaço de Ronaldo Mendes, que definiu o justo empate.
Santos encurta campo e dificulta ações do Audax (Foto: Juliano Costa)Santos encurta campo e dificulta ações do Audax: nada de marcação alta sobre o rival (Foto: Juliano Costa)




O estudo minucioso do Audax pelo Santos resultou na prática adotada no primeiro tempo. Nada de marcação alta, nada de espaços demais ao rival - como fizeram São Paulo e Corinthians. O Santos recuou suas linhas e encurtou o campo, colocando dez jogadores em uma faixa de 30, 40 metros. Esse bloco formado pelo time visitante dificultou muito as ações da equipe de Osasco.
Lucas Lima Santos Audax (Foto: Marcos Ribolli)Bolas longas de Lucas Lima ditaram o ritmo do Santos no primeiro tempo (Foto: Marcos Ribolli)
Maestro da sensação do Paulistão, Camacho foi vigiado de perto e tocou poucas vezes na bola. Sem o meia, o Audax perdeu muito de seu poder ofensivo – a única boa jogada de Camacho foi um passe enfiado para Ytalo, que chutou de primeira e exigiu a única defesa difícil de Vanderlei nos primeiros 45 minutos.
Inteligente, o Santos deixou o Audax tocar a bola tranquilamente em seu campo de defesa. Nas brechas que teve, subiu a marcação, pressionou e forçou o erro dos zagueiros e do goleiro Sidão. Nos contra-ataques, as chances sempre foram criadas com muito espaço a Lucas Lima. Pela direita, Gabriel também encontrou corredor livre para jogar. Ricardo Oliveira acertou a trave duas vezes, uma delas após bola longa de Lucas.
No segundo tempo, Fernando Diniz tirou Juninho, que vinha apagado, e lançou o atacante Wellington. Aberto pelo lado esquerdo, ele deixou Bruno Paulo mais livre, circulando pelos dois lados e deixando o Audax, por vezes, com quatro atacantes em linha. 
Com Wellington, Audax abre a marcação do Santos e encontra espaços no segundo tempo (Foto: GloboEsporte.com)Com Wellington, Audax abre a marcação do Santos e encontra espaços no segundo tempo (Foto: GloboEsporte.com)
Com a maior preocupação na frente, o Santos permitiu a troca de passes mais próxima de sua área. Fiel ao seu estilo, o time de Osasco teve 329 passes certos na partida, contra apenas 181 do Santos. 
Num dos poucos momentos em que Camacho teve espaço, o meia encontrou Tchê Tchê aberto na direita. O meio-campista cruzou para Mike, que deu corte seco em Gustavo Henrique e abriu o placar. Erro individual do zagueiro, que deu as costas na marcação e sequer viu o chute. Veja:

O mesmo Tchê Tchê que deu a assistência, porém, originou o gol do Santos após dar uma bola nos pés de Ronaldo Mendes, meia que entrou no lugar do lesionado Lucas Lima. O Audax não apertou a marcação na intermediária e viu o rival avançar até a entrada da área, mirar o chute e fazer o golaço que garantiu o empate do Peixe. Assista:


Na Vila Belmiro, domingo que vem, uma nova batalha tática e de detalhes vai definir o campeão paulista de 2016.

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