quarta-feira, 20 de maio de 2015

Deputados se rebelam e dizem que vão apresentar emenda aumentando reajuste, mesmo se for ilegal


O governo do estado parece se encaminhar para uma situação em que não tem outra alternativa: precisa recuar. Não é nem mais a pressão das ruas que pesa contra a nova etapa do “ajuste fiscal”. Ou melhor, o que pesa é a sua consequência: a pressão dos próprios deputados.
Os deputados estaduais falam claramente nesta terça-feira que não há maneira de aprovar os 5% de reajuste em duas parcelas. Claro assim: não há maneira. Ou seja, não estão sequer abertos a negociações. No plenário, falando com repórteres, o deputado Hussein Bakri (PSC), que tem sido fiel ao governo, disse com todas as letras: “Claro que não dá para prever. Mas, hoje, acho que o governo perde essa votação aqui”.
“Falei agora com oito deputados que votam com o governo”, diz um governista de quatro costados. “Todos disseram que estão no limite. Não têm como comprar mais uma briga, pegar mais um rabo de foguete. Ninguém está falando em pedir liberação de emendas, nada. Simplesmente, dizem que não votam esse projeto”, diz.
O problema é que os deputados dizem que ainda nem conseguiram começar seu mandato. Em fevereiro, logo depois da posse, tiveram de entrar no camburão. Em abril, viveram a batalha campal do Centro Cívico. Em maio, o reajuste dos professores. E a todas essas tendo de se esconder da população.
O problema, por outro lado, é que o governo não aceita que precisa recuar. Com isso, começa a crescer na Assembleia a tendência a fazer uma emenda ao projeto do governo. Ou seja: Richa manda 5%, os deputados emendam para 8%.
Eles sabem que isso pode ser inconstitucional, já que cria despesas para o governo. “A CCJ diz que é inconstitucional, mas está surgindo uma outra visão”, diz um governista. Assim, a oposição pode emendar para 8%. Os governistas falam em adotar uma opção sugerida pelo próprio líder do governo, Romanelli, de dar parte dos 8% agora e parte em janeiro de 2016. Quem votaria contra? No momento, parece difícil achar alguém.
E, se for ilegal, completa um aliado de Richa, até o Judiciário julgar isso como fica? Sendo assim, os deputados continuam insistindo que “alguém” no governo terá bom senso e reverá o projeto. “Quando eles entenderem que a base vai fazer a emenda, eles vão mandar o projeto desse jeito, com 8%, nem que seja parcelado. Eles não vão querer perder no plenário”, diz um peemedebista.
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