quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Deputado paranaense elimina frase sobre “igualdade de gênero” da reforma política

Deputado paranaense elimina frase sobre “igualdade de gênero” da reforma política

A bancada religiosa país afora continua modificando qualquer projeto de lei que contenha a expressão “igualdade de gênero”, por receio de que isso possa incorrer em uma ideologia que esses parlamentares consideram “perigosa”.
Dessa vez, a mudança foi na reforma política. O deputado federal Diego Garcia (PHS-PR) apresentou uma emenda ao artigo 93-A do projeto que muda a lei eleitoral brasileira. O artigo dizia o seguinte:
O   Tribunal   Superior   Eleitoral, no período compreendido entre 1º  de  abril  e  30 de julho dos  anos eleitorais, promoverá, em tempo requisitado às emissoras de  rádio  e  televisão  nos mesmos  termos  do  art.  93, propaganda  institucional,  em  rádio  e  televisão,  destinada a incentivar  a  igualdade  de  gênero  e  a  participação feminina  na  política,  bem  como  a  esclarecer  os  cidadãos sobre  as  regras  e  o  funcionamento  do  sistema  eleitoral brasileiro.
A expressão foi trocada por “igualdade de sexo”. Diego Garcia é o mesmo deputado que causou polêmica ao dizer que “família” é uma expressão que não se aplica a casais homossexuais.
A discussão já tinha ocorrido nos planos de educação votados no Congresso e depois nos estados e municípios. A preocupação dos evangélicos e da bancada ligada à Igreja Católica é que isso represente um avanço do que eles chamam de “ideologia de gênero”.
Na interpretação deles, trata-se de uma tentativa da esquerda de eliminar uma distinção que eles consideram justa e inequívoca (entre homem e mulher) e trocá-la por outra que consideram equivocada (e que, na versão deles, tenta eliminar as diferenças entre os sexos e diz que as pessoas têm liberdade para construir sua sexualidade).
Os defensores da inclusão da expressão “igualdade de gênero” consideram a interpretação do outro lado totalmente equivocada e dizem que se trata de duas coisas diferentes: primeiro, garantir igualdade entre homens e mulheres; segundo, garantir que pessoas que se descobrem homossexuais ou transgênero, por exemplo, não sejam vítima de agressões ou discriminações.
De toda forma, mais do que o embate, talvez seja significativo o fato de que o Congresso e os Legislativos locais têm decidido quase que sem exceções, por eliminar a expressão.
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