“O PT não pode ser o único responsável por tudo de ruim no país”, diz pré-candidato Tadeu Veneri
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“O PT não pode ser o único responsável por tudo de ruim no país”, diz pré-candidato Tadeu Veneri
Euclides Lucas Garcia e Rogerio Waldrigues Galindo
Texto publicado na edição impressa de 19 de janeiro de 2016
Primeiro a participar da série de entrevistas da Gazeta do Povo com os pré-candidatos a prefeito de Curitiba, o deputado estadual Tadeu Veneri sabe que, ao confirmar seu nome na disputa, terá de passar por cima do momento partidário turbulento do PT, especialmente devido à Operação Lava Jato. Na entrevista, o petista evitou críticas à gestão Gustavo Fruet (PDT), na qual o PT é vice.
No cenário em que seja eleito, Veneri defende que a prioridade do poder municipal deve ser a atenção aos mais carentes, principalmente em um momento de poucos recursos no orçamento da cidade.
Leia a entrevista completa:
Como o sr. vê a possibilidade de disputar a prefeitura pelo PT em meio à Lava Jato?
O PT passa por um processo muito ruim, muito desconfortável, desagradável. Agora, não podemos confundir o PT como um todo, com 1,8 milhão de filiados, com as ações que foram cometidas ou pela direção ou por parte da direção em determinados momentos. Não podemos nos vitimizar. O PT não é vítima, mas não pode ser o único partido responsável por tudo o que aconteceu no país de ruim. Eu acho que é responsável por coisas que não são boas e é responsável por coisas que são boas. Pra mim tem duas alternativas: ou você procura reconstruir o partido, ou você sai dele. Eu não pretendo sair do PT.
Pessoas do PT do Paraná, como a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-deputado André Vargas são investigados. Como isso afeta o partido aqui?
O fato de nós termos a senadora Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo, o ex-deputado André Vargas e outras pessoas que possivelmente venham a ser indicadas como responsáveis por erros que aconteceram no partido não vai fazer com que a gente saia do PT. Sair do PT em um momento como este soaria muito mais como oportunismo. Eu não gosto disso. O PT tem que se reconstruir não a partir das suas lideranças, mas a partir das suas bases.
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Como fica o PT tendo a vice de Fruet, Mírian Gonçalves, e disputando a eleição contra o prefeito?
A situação é ambígua. Nós não temos que fazer um processo de determinação para que as pessoas deixem todos os cargos na prefeitura, que hoje talvez sejam 15, se chegar a isso. O fato de nós termos hoje a [bancada do PT na] Câmara apoiando o governo Fruet não é uma contradição. O que não podemos ter seria um vereador do PT apoiando o candidato de outro partido. Isso não vai acontecer. A partir do momento que tiver uma definição política em março, aqueles que tiverem cargos de confiança na prefeitura teriam que fazer uma definição, ou ficam no PT ou ficam no cargo de confiança.
O que o sr. acha da gestão Fruet?
Tem uma série de acertos. Quando dizemos que deveríamos ter uma candidatura própria há duas razões. Primeiro, o PT precisa de espaço para debate. Segundo, acho que temos alguns incômodos, até na base do partido, em relação a alguns pontos que a prefeitura deixa de abordar. A questão do transporte público, que é uma coisa que nos incomoda muito. O Tribunal de Contas determina que você tem que ter uma redução da tarifa, seja por qual razão for, correta ou não, e a prefeitura junto com a Urbs entra com uma ação para revogar isso, dizendo que não, não precisamos baixar a tarifa. Nós não criamos uma frota mínima para que tivéssemos o controle do monopólio do transporte público em Curitiba. Então acho que isso foi levando a um desgaste dessa relação que culminou aqui.
Ninguém é tolo de acreditar que muitos partidos vão procurar o PT agora para…
Nenhum…[gargalhadas]
A tendência é ter uma chapa pura?
Não sei qual é a tendência, a tendência é ter uma candidatura própria.
Com a ampliação da população na periferia, como atender educação e saúde nessas áreas?
Em 1995, Curitiba tinha 35 mil pessoas na fila da Cohab. Hoje tem 80 mil pessoas. Alguma coisa está errada para as pessoas esperarem numa fila por três anos para ter uma casa de 30 metros quadrados que às vezes não tem nada. Nessas regiões, como a demanda é muito grande, há um processo de adensamento populacional parecido com o do Batel. Nessas áreas você sempre vai ter que priorizar, não porque tem muita gente, mas porque essas pessoas têm mais necessidade do serviço público e de que a cidade os ampare. Se não olharmos para isso, vamos ter sempre 10 mil pessoas esperando vagas na creche, além da fila da Cohab. A questão da saúde sempre vai ser recorrente; quanto melhor ele for, maior vai ser a demanda. Em 1988, passamos a aumentar os direitos. Talvez seja o único país do mundo com o sistema de saúde único que temos. Talvez seja o único país com gratuidade do berçário à pós-graduação. Isso gera a necessidade de recursos. Essas situações de creche, hospital, saúde, são prioritárias da prefeitura. E, se não olharmos assim, vamos ter sempre esses problemas. É uma equação que nem sempre fecha. Se tem pouco recurso, tem que priorizar quem precisa mais. E quem precisa mais é esse setor.
A atual gestão fez apostas em reduzir trânsito de carros e dar prioridade para ônibus e bicicletas. Como o sr. vê isso?
É muito tímida. A bicicleta não pode ser uma moda. É claro que o Brasil nos últimos dez anos investiu pesadamente na indústria automobilística. Esse investimento fez dobrar o número de carros e de quadruplicar o número de motos. É uma epidemia. E Curitiba tem as mesmas vias na área central que existia há quarenta anos, na época do Lerner. O que eu acho tímido é que se aposta na bicicleta como lazer ou como transporte alternativo para um segmento da sociedade. É para o universitário, não para o cara que tem que pôr sua marmitinha no bagageiro. Você fazer algumas vias exclusivas não resolve. Se não tivermos uma proposta que coloque os nossos eixos conectados com ciclovias paralelas, não funciona. O ciclista tem que ter segurança, espaço para deixar sua bicicleta. Tem que ter nos terminais espaços seguros para as bicicletas. A bicicleta vai ser uma necessidade para nós.
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