quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Campo Verde perde um de seus pioneiros


O produtor rural Pedro Garbúgio deixou a cidade de Marialva (PR) para residir no município em 1983

Redação: Jessica Bachega
Um trágico acidente abreviou  a vida de Pedro Garbúgio, nessa sexta-feira (10). Porém seu legado de humildade, simplicidade, garra e luta para conquistar suas metas permanece entre seus familiares e amigos, assim como a lembrança do marido companheiro, pai e avô dedicado ficam claros na memória daqueles que o conheciam e amavam.
Nascido na cidade de Marialva no Paraná, no ano de 1954, Pedro mudou-se com a família para Campo Verde, no ano de 1983. “Quando vieram para cá tinham uma casa desmontada e dois tratores CBT em cima do caminhão para apostar numa vida melhor aqui”, lembra Maria Garbúgio, com quem Pedro foi casado e teve três filhos.
Desde que a família se mudou para a cidade, Pedro se dedicou ao trabalho no campo tendo entre seus sonhos a formação dos filhos e permanecer com a fazenda Paraná, onde  a família teve sua primeira moradia. “Nossa fazenda ainda pertencia a Dom Aquino quando nos mudamos. Sempre muito focado no trabalho, meu esposo nunca se deixou abater e sempre estava na fazenda cuidando de várias coisas. Ele não aceitava quando falávamos para diminuir o ritmo de trabalho, mesmo não cuidando da saúde como deveria, com seus 60 anos ele tomava conta de tudo na fazenda” destaca. Como conta Maria e o filho Marcos,  Pedro iria buscar peças para o maquinário em Primavera do Leste quando houve ao acidente e estava muito empolgado com a colheita de sua plantação de eucaliptos.
Seus dois maiores sonhos foram concretizados: “estudar os filhos” e ficar com a fazenda Paraná. “Quando voltamos da formatura de nosso filho ele disse que uma das missões estava cumprida”, conta Maria. Com luta seus filhos Marcelo e Marcos formaram-se engenheiros agrônomos e a filha, Daiana é advogada.
Um homem de hábitos simples, que sempre tratou com igualdade a todos que o cercavam, que não fugia da luta e que tinha o dom de fazer dar certo toda empreitada que se propunha a enfrentar. “Meu marido sempre foi de chamar para si as atividades que eram ser desempenhadas. Nunca foi de ficar esperando pelos outros tomarem a iniciativa”, frisa.
Foi sua a idealização e realização da primeira festa do Porco Paraguaio em prol da escola Garbugio, que nesse ano teve sua 16ª edição. Ao lado de Maria Garbugio, presidente da APAE, Pedro teve importante colaboração no desenvolvimento da instituição sendo o principal incentivador para que Maria aceitasse o convite para presidir a APAE. “Lembro que achei que ele diria para eu não aceitar, mas o que ouvi foi o contrario. Meu esposo disse ‘não sei porquê você ainda não está lá’, fiquei surpresa e feliz com sua resposta e apoio durante todos esse anos”.
Maria agradece a todos que demonstraram carinho pelo seu esposo e pela família nesse e momento. A todos que foram até sua casa, que mandaram mensagens e que de alguma forma se fez presente. “Ficamos muito contentes em ver o quanto Pedro era querido por tanta gente. Ele vai nos fazer muita falta”, declara Maria. “Graças a Deus temos filhos maravilhosos e fica a lembrança de um homem batalhador, brincalhão, humilde e muito dedicado a sua família”, completa.
O velório ocorreu no sábado, na igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário