Viapar derruba barracas de comerciantes às margens da BR-376 em Marialva
![]() A concessionária Viapar iniciou, na manhã desta quarta-feira (25), a derrubada de sete barracas que vendem uvas, vinhos, salames e outros produtos, localizadas às margens da BR-376, em Marialva (a 20 km de Maringá). O ato acontece após a 2ª Vara Federal de Maringá conceder a reintegração de posse. As tendas foram destruídas com uma retroescavadeira. A Prefeitura da cidade se comprometeu em realojar os comerciantes em outro espaço, mas muitos deles estão apreensivos, pois seus rendimentos foram comprometidos. Conforme a advogada da Viapar, Vanessa Morzelle, os comerciantes colocam em risco a própria segurança e também a dos usuários que trafegam pelo local, uma vez que suas instalações não respeitam as normas impostas pelo Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). "Desde 1998 nós notificamos esses comerciantes para que regularizassem suas situações, mas não houve evolução. Como a localização deles está dentro da faixa de domínio da concessionária – a menos de 30 metros da estrada - e representa um perigo para os que viajam pela rodovia, entramos com uma ação de reintegração de posse em dezembro de 2010. Após várias negociações com a Prefeitura, estamos concluindo o processo", ressalta. A advogada explica que para estabelecer um comércio nas proximidades da rodovia, é necessário um projeto de engenharia que cumpra as normas estipuladas pelo DNIT e DER. ![]() Comerciantes apreensivos Os proprietários das barracas revendem produtos de pequenos agricultores da região de Marialva. Dirceu Fernandes da Silva, de 64 anos, comercializava uvas, frutas e brinquedos há mais de 20 anos no local. Trabalhavam com ele seu filho, esposa e mais um senhor. "Estou muito preocupado, pois o dinheiro que sustentava a família vinha da barraca. Agora vamos ficar desempregado, como vou pagar minhas contas? Nunca recebi notificação da Viapar sobre irregularidades", fala. Novo local A Prefeitura de Marialva já iniciou um projeto para realocar esses comerciantes. O local escolhido fica no Parque da Uva. Segundo o vice-prefeito da cidade, Evandro Araújo, em uma audiência conciliatória, a Justiça determinou que a Prefeitura deveria ceder um terreno e fazer a terraplanagem. "Já estamos limpando o local, mas a Câmara de Vereadores ainda precisa aprovar a doação", afirma. Para os comerciantes, a Viapar deveria esperar até que o projeto ficasse pronto, antes de derrubar as barracas. "Eles dizem que estão arrumando um outro local para a gente, mas isso vai demorar. Até lá ficamos sem condições de nos sustentar", afirma Silva. Segundo a advogada da Viapar, a Justiça determinou em setembro que a desocupação deveria ocorrer até 28 de fevereiro. "Depois disso, a Justiça prorrogou o prazo novamente para o dia 22 de abril. A data foi negociada com os comerciantes na audiência. Eles deveriam ter tomado alguma providência, mas nada foi feito", conta Vanessa. A Prefeitura afirma que houve dificuldades em arrumar um novo terreno, mas que que o trâmite para a doação da área no Parque da Uva deve ser rápida. "Estamos preocupados com as famílias ficarem sem renda. Nós sempre apoiamos a atividade destes comerciantes, pois eles divulgam a cultura do nosso município", fala. |
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