Variação tática e velocidade marcam goleada e recuperação do Palmeiras
Marcelo Oliveira consolida formação do Verdão com três meio-campistas à frente da defesa. Entrada de Gabriel Jesus volta a dar poder de decisão ao ataque

Os 90 minutos do Palmeiras contra o XV de Piracicaba transformaram a sequência negativa de cinco partidas sem vencer em uma série de três jogos de invencibilidade.
Além de devolver a tranquilidade aos alviverdes, a goleada por 4 a 1 no interior paulista, na noite de quinta-feira, a boa atuação do time do técnico Marcelo Oliveira serviu também para consolidar o novo estilo de jogo palmeirense.
A formação com três meio-campistas à frente da zaga já havia sido utilizada diante dos uruguaios do River Plate, na estreia da Libertadores, e no clássico contra o Santos. A diferença para o duelo contra o XV de Piracicaba foi o recuo de Robinho, sempre preciso nos passes, e a entrada de Gabriel Jesus.
Com a defesa mais protegida e o ataque mais rápido, Marcelo Oliveira promete dar mais sequência ao time. Depois da Ferroviária, no domingo, o Verdão enfrenta Rosario Central (Argentina), Capivariano e Nacional (Uruguai), todos na arena. Vai embalar?
DESENHO TÁTICO

Se não consegue repetir a mesma escalação, Marcelo Oliveira pelo menos tem mantido o mesmo esquema tático. Pelo terceiro jogo consecutivo, o Palmeiras entrou em campo com três jogadores de meio de campo posicionados à frente da zaga: Thiago Santos centralizado, Jean pela direita e Robinho pela esquerda. Além de compactar o meio-campo, a opção deu a chance de o Verdão de ter uma saída de bola com mais qualidade, com Robinho e Jean.
Em entrevista coletiva, depois da partida, o treinador afirmou que vai dar sequência ao time nas próximas rodadas.
– A tendência é manter uma base, só vai estar fora do próximo jogo quem tiver condições de machucar. A tendência é repetir (o time), repetir, para ir pegando um entrosamento – afirmou.
LATERAIS MENOS EFETIVOS

(Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras / Divulgação)
Destaques em 2015, os laterais do Palmeiras começaram a temporada de maneira bastante tímida e com pouca participação ofensiva. Preocupado com os avanços de Fabinho, Marcelo Oliveira pediu para Egídio se preocupar mais com a defesa, principalmente na primeira etapa. No segundo tempo, Lucas até teve boa participação na origem do lance do segundo gol palmeirense, mas, advertido com cartão amarelo, poderia ter sido expulso após falta em Henrique Santos antes de ser substituído por Arouca.
O GARÇOM

Curinga do meio-campo palmeirense, Robinho mostrou mais uma vez ser o principal ponto de desequilíbrio do Verdão no setor de armação. Depois de atuar mais avançado contra o Santos, no último sábado, o camisa 27 foi recuado e completou uma linha de três ao lado de Thiago Santos e Jean diante do XV.
Importante na marcação, ele teve liberdade para avançar também pelo meio e foi impecável nos passes: dos pés dele saíram os gols de Vitor Hugo, Alecsandro e o último de Gabriel Jesus.
Após a partida, Robinho, que chegou a seis assistências na temporada, dedicou a vitória ao técnico Marcelo Oliveira.
– Um cara que foi bicampeão brasileiro, campeão da Copa do Brasil, três nacionais seguidos, ele não é um mau treinador. Ele não é um mau treinador. Críticas têm de ser feitas, sim, mas não só no treinador, nos jogadores também, principalmente porque nós que entramos em campo e às vezes não fazemos o que ele pede. Ele tem total confiança do grupo – disse o meia.
SEM CAMBALHOTA
Depois de um início de jogo bom, o Palmeiras caiu de produção e foi obrigado a conviver com alguns avanços do XV, no primeiro tempo. Mas a tranquilidade veio de vez para os alviverdes aos 41 minutos. A jogada até já é bem conhecida pelos torcedores: Robinho cobrou escanteio da esquerda e colocou a bola na medida para Vitor Hugo cabecear e abrir o placar no estádio Barão da Serra Negra.
O que pouca gente conhecia era a justificativa para o zagueiro deixar para o passado a comemoração tradicional com cambalhota.
– É coisa do departamento médico. O doutor falou que a diretoria disse que vai descontar do meu salário se eu por em risco a minha integridade física. No mortal eu posso torcer o tornozelo, o joelho, alguma coisa ruim acontecer. Eles mandaram eu evitar. Mas tenho de comemorar o grupo, mostrar que o grupo está fechado – explicou Vitor Hugo, na saída para o intervalo.
SEQUÊNCIA POSITIVA
Mais à vontade no ataque palmeirense, Alecsandro vai conquistando seu espaço na equipe. Substituto imediato de Lucas Barrios, que sofreu uma lesão muscular e será desfalque nas próxima semanas, o atacante foi mantido como referência na frente e, diante do XV de Piracicaba, teve atuação de destaque.
Depois de dar assistência para Gabriel Jesus marcar o segundo, o camisa 29 aproveitou bobeada da defesa, e mais um bom passe de Robinho, para toca com categoria da entrada a área e fazer o terceiro gol da goleada alviverde por 4 a 1.
JESUS NÃO PERDOA
Depois de passar pelo banco de reservas, Gabriel Jesus voltou com tudo. Novamente titular, o camisa 33 deu velocidade ao ataque e dividiu com Dudu as funções do setor ofensivo palmeirense. Quase sempre pelo lado esquerdo, o atacante teve função tática destacada por Marcelo Oliveira, principalmente por ajudar o lateral na marcação. E, quando apareceu na frente, teve frieza para fazer dois gols - um dele por cobertura em Bruno Brígido.
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